Bienvenidos al Blog del Grupo de Trabajo CLACSO: "Conflictos sociales, acciones colectivas y políticas de transformación social"

sábado, 22 de octubre de 2011

Jania Perla

Este paper discute as formas coletivas da consideração e os padrões
morais de avaliação de competência entre assaltantes no processo de
recrutamento para realização de assaltos a mão armada em dois contextos
distintos de expressão simbólica de uma moralidade em armas. A discussão está
baseada em dois acessos etnográficos que resultaram nas teses de
doutoramento dos autores do paper, intituladas Príncipes e Castelos de Areia:
performance e liminaridade no universo dos grandes roubos (Aquino, 2009) e
Guerra, Mundão e Consideração: uma etnografia das relações sociais dos jovens
no Serviluz (Sá, 2010). Além de apresentarmos mais adiante esses dois campos
e suas estratégias antropológicas, iremos dividir esse paper em dois relatos
individualizados e finalizar com considerações finais que brotam dos
intercessores destas duas experiências distintas. Pode-se dizer, portanto, que, se
não houve experimentalismo no sentido de um trabalho de campo compartilhado,
há intenção de experimentar no processo de escrita. Sem falar que estamos
atualmente desenvolvendo pesquisas de campo de modo colaborativo na
perspectiva de etnografias urbanas da Praia de Iracema e da Praia do Futuro que
são áreas contíguas que agregam universos de práticas de turismo mesclados
com lugares de moradias das camadas populares na orla marítima de Fortaleza.
No contexto dos assaltos de grande porte, o abuso sexual e o assassinato
de reféns são atitudes percebidas negativamente e comprometem a “reputação”
dos assaltantes. Posturas como discrição e capaci dade de guardar segredo sobre
assaltos em andamento, bem como “honestidade” na divisão das quantias
roubadas são tidas como distintivos de “bons profissionais”. No contexto de
assaltantes de pequeno porte, a traição e a falta de respeito do “bichão” e a
“trairagem”, condição de “traíra”, aquele que dedura, trai e entrega para os
inimigos os “parceiros” no “mundo do crime” geram circuitos de homicídios rituais
e lutas faccionais, suportados pelas práticas de fofocas de desqualificação moral
da alteridade que conduzem a uma “treta” (conflito com potencial letal) entre
inimigos, onde a imagem de si e a imagem dos outros se enredam em uma luta
agonística por consideração em um sentido moral e competência no sentido de
se elevar a outras categorias de “ladrões” reputados entre os melhores e mais
respeitados pelos pares. Nessas apreciações, fica evidente, a partir dos espa ços
empíricos, haver flutuações e instabilidades nos processos de hierarquização
moral dos agentes no campo de disputa pela ação criminal.

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